A Coreia do Sul revelou uma nova estratégia ambiciosa para se tornar um líder global na produção e utilização de hidrogénio verde, marcando uma mudança significativa na política energética do país. O plano, anunciado pelo Presidente Yoon Suk Yeol, visa posicionar a Coreia do Sul na vanguarda da economia do hidrogénio, com foco no desenvolvimento e exportação de tecnologias de ponta, ao mesmo tempo que reduz drasticamente a pegada de carbono do país.
A estratégia abrangente traça um roteiro para a Coreia do Sul produzir 100% do seu hidrogénio a partir de fontes renováveis até 2050, um forte contraste com a sua actual dependência do hidrogénio cinzento derivado de combustíveis fósseis. O governo comprometeu-se a investir mais de 40 mil milhões de dólares em infraestruturas e investigação de hidrogénio verde durante a próxima década, com o objetivo de criar um ecossistema de hidrogénio autossustentável que abranja a produção, o armazenamento, o transporte e a utilização.
No centro do plano está o desenvolvimento de enormes parques eólicos offshore, juntamente com instalações de eletrólise para produzir hidrogénio verde em grande escala. O governo identificou vários locais ao largo da costa da Ilha de Jeju e no Mar Amarelo como potenciais locais para estes projectos. Além disso, a estratégia inclui planos para modernizar os gasodutos de gás natural existentes para o transporte de hidrogénio e para construir uma rede nacional de estações de abastecimento de hidrogénio.
O anúncio foi recebido com entusiasmo por grupos ambientalistas e líderes da indústria. Lee Jae-sung, CEO do Hyundai Motor Group, um dos maiores conglomerados da Coreia do Sul, afirmou: “Esta iniciativa ousada alinha-se perfeitamente com a nossa visão para um futuro movido a hidrogénio. Estamos empenhados em apoiar os esforços do governo e em acelerar a nossa própria tecnologia de hidrogénio.
A reacção internacional à estratégia do hidrogénio verde da Coreia do Sul tem sido largamente positiva, com muitos a vê-la como um modelo potencial para outras nações. O Comissário da Energia da União Europeia elogiou o plano, afirmando que “demonstra o tipo de pensamento ambicioso necessário para enfrentar a crise climática global”. O Japão, que tem a sua própria estratégia para o hidrogénio, manifestou interesse em colaborar com a Coreia do Sul em iniciativas de investigação e desenvolvimento.
Espera-se que a estratégia crie oportunidades económicas significativas para a Coreia do Sul. O governo prevê que o sector do hidrogénio poderá gerar mais de 600.000 novos empregos até 2040 e contribuir com até 7% do PIB do país. As empresas sul-coreanas já estão a posicionar-se para capitalizar este crescimento, com várias empresas importantes a anunciar planos para expandir as suas operações relacionadas com o hidrogénio.
No entanto, o plano não está isento de desafios. Os críticos salientam que o custo actual da produção de hidrogénio verde permanece significativamente mais elevado do que o das alternativas de combustíveis fósseis. A estratégia aborda esta preocupação delineando uma série de incentivos fiscais, subsídios e bolsas de investigação destinados a reduzir os custos através da inovação tecnológica e de economias de escala.
O plano inclui também disposições para a cooperação internacional, reconhecendo que será necessária uma abordagem global para concretizar plenamente o potencial do hidrogénio verde. A Coreia do Sul anunciou a sua intenção de formar parcerias estratégicas com países ricos em recursos energéticos renováveis, como a Austrália e o Chile, para garantir um fornecimento estável de hidrogénio verde no futuro.
Os especialistas ambientais elogiaram o potencial impacto da estratégia nas emissões de carbono da Coreia do Sul. Se for bem sucedida, a mudança para o hidrogénio verde poderá ajudar o país a reduzir as suas emissões de gases com efeito de estufa em até 30% até 2040, de acordo com estimativas do governo. Isto representaria um contributo significativo para os esforços globais de combate às alterações climáticas.
À medida que a Coreia do Sul embarca nesta ambiciosa viagem rumo a um futuro movido a hidrogénio, o mundo estará atento. O sucesso ou o fracasso desta estratégia poderá ter implicações de longo alcance para os mercados energéticos globais e para a luta contra as alterações climáticas. Com a sua forte base industrial, conhecimentos tecnológicos e agora um claro compromisso governamental, a Coreia do Sul está a posicionar-se para desempenhar um papel de liderança na definição do futuro da energia limpa.